Um hábito compartilhado por muitos tutores é o de dormir acompanhado do cão ou gato. Muitos se sentem mais confortáveis em ter o pet de estimação próximo nesse momento.
Porém, muita gente tem dúvidas se esse hábito realmente é vantajoso ou se oferece algum tipo de risco — tanto para o tutor quanto para os bichinhos de estimação.
Uma pesquisa de 2017 implementou rastreadores de sono em cães e tutores para medir a qualidade do sono de ambos.
Quem deixava o cão dormir em seus quartos, mas com ele repousando em caminhas para cachorro, tinha uma noite de sono decente, assim como o bichinho.
Entretanto, o estudo constatou que a qualidade do sono diminuiu quando essas pessoas colocaram os cães para dormir com elas na cama.
Isso quer dizer que é uma má ideia dormir acompanhado do pet? Essa é uma questão que não tem uma única resposta.
Entenda melhor esse assunto e confira recomendações para garantir uma boa noite de sono ao dormir com os pets no texto abaixo.
Prós e contras
Dormir acompanhado dos pets tem um lado positivo e negativo. De uma maneira geral, os especialistas não recomendam dormir com eles pela facilidade que há do sono dos tutores ser interrompido.
Cães e gatos não têm um sono contínuo e, por isso, acordam diversas vezes durante a noite. Com isso, eles podem se levantar, caminhar pela cama, pisar nos donos, fazer barulhos, o que pode fazer com que o dono acabe acordando.
Essa fragmentação do sono não é benéfica para a saúde. Esses microdespertares retiram o ser humano do sono profundo, momento importante do ciclo do sono para recuperar as energias e descansar o organismo.
Além disso, eles também são associados à liberação do cortisol, o hormônio do estresse, e tornam a qualidade do sono ainda pior.
Por outro lado, estudos recentes mostram que a presença dos pets pode ser benéfica para algumas pessoas.
Quem é diagnosticado com ansiedade ou depressão beneficia-se de estar com o seu companheiro, porque eles acabam funcionando como um travesseiro ou cobertor.
De uma maneira geral, estar em contato com uma criatura fofinha e peluda ajuda a diminuir a ansiedade, ajudando a pessoa a dormir.
Um estudo de 2021 investigou se crianças poderiam se beneficiar de dormir ao lado dos bichos de estimação.
Nele, adolescentes com idades entre 13 e 17 anos usaram rastreadores de sono por duas semanas, e no final passaram por um teste de sono de última geração.
Cerca de um terço deles dormiam com animal de estimação, e o estudo mostrou que a qualidade do sono não foi afetada, tendo um perfil de sono semelhante ao de quem dormia sem a companhia deles.
Assim, a presença do animal não é necessariamente um problema. Para muitas pessoas, há um conforto psicológico significativo em dormir ao lado deles, facilitando a começar e manter o sono.
Entretanto, caso a pessoa reclame de movimentos ou atividades do animal durante a noite, a melhor alternativa é encontrar outro arranjo para que o animal durma perto de você, mas não necessariamente na cama.
Precauções e cuidados
Para quem dorme acompanhado, é importante estar atento a certas precauções e cuidados para garantir o conforto e o bem-estar de ambos.
O primeiro passo é entender que existem cuidados diferentes para cães e gatos, já que cada um conta com suas próprias características.
No caso dos cachorros, é necessário ensiná-lo que a cama é o seu espaço e que ele deve respeitá-lo. O tutor também deve se atentar ao porte do animal.
Quem tem um cão de raça maior precisa se certificar de que dorme em uma cama maior, garantindo assim que ninguém fique apertado.
Para quem tem um cão pequeno, é preciso ter cuidado com os movimentos involuntários dados durante o sono, evitando assim machucá-lo.
Já para os donos de gatos, é importante prestar atenção às unhas deles. Esses animais adoram “amassar pãozinho” quando acordam ou para se ajeitar para dormir.
Assim, garantir que as unhas estejam aparadas evita arranhões involuntários durante o sono, impedindo acordar antes da hora.
Há ainda outros cuidados, como sempre higienizar as patas do animal antes de deixá-lo ficar em cima da cama, sobretudo se ele fizer passeios externos.
Manter o esquema vacinal em dia também é primordial, assim como evitar dormir com o pet caso note ectoparasitas, como carrapatos ou pulgas.
Por fim, vale a pena adaptar o quarto com escadinhas ou rampas que facilitem o acesso do animal à cama, prevenindo acidentes.